Qualquer
pessoa que me conheça saberia agora que estou morta por dentro, só que ninguém
me conhece. Eu não me conheço, e então, como posso saber que morri?
Existe uma grande diferença entre morrer e estar morrendo, só que não
consigo enxergar mais nada além do meu reflexo distorcido no espelho e minhas
cicatrizes internas. Essas cicatrizes por estarem dentro de mim, eu não as
enxergo, mas pelo fato de serem tão profundas e intensas, eu as sinto, e elas
me causam uma dor maior a cada dia que vivo. Não existe uma cura imediata para
nenhuma delas, muito menos esquecer como cada uma foi feita, também não há
remédios que aliviem a dor com a exceção das lágrimas. Lágrimas que são
impedidas de caírem dos meus olhos por uma barreira que criei usando a
imaginação, e então elas vão se acumulando, ocupando todo o espaço e alagando
tudo por dentro do que digo ser meu corpo, causando reações terríveis e
dolorosas.
Minha alma grita por socorro e implora a vida. Ela não quer me deixar.
Lembranças aparecem como flashbacks em minha cabeça. Meu coração dói.
E é aí que me vejo deitada sobre o piso gelado do meu quarto, sem
batimentos cardíacos, sentimentos e memórias, como se a dor estivesse sendo
expulsa e indo se abrigar em outros corpos. Corpos onde há um coração exercendo
sua única e maravilhosa função, a função que acabo de impedir o meu de fazer.
Adeus vida, sentimentos e... adeus mundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário